Qual o impacto do consumo de polifenóis na gestação? Os polifenóis são um grupo diversificado de compostos bioativos encontrados em alimentos de origem vegetal. Eles atuam como anti-inflamatórios, dentre eles temos as antocianinas, o resveratrol, quercetina e catequinas. Destacando-se por seus potenciais benefícios à saúde durante a gestação, incluindo melhora na qualidade dos embriões e dos oócitos e estímulo à ovulação, além de contribuírem para o processo de placentação. Entretanto, estudos encontraram associação entre alterações no comportamento do fluxo no ducto arterioso fetal e o consumo de alimentos com alta concentração de polifenóis no terceiro trimestre gestacional, principalmente em casos de fetos com alterações cardíacas. Entenda melhor!
Consumo de alimentos ricos em polifenóis na gestação
Dietas compostas por alimentos fontes desses polifenóis, como chás caseiros, chimarrão, chocolate amargo, café passado, derivados de uva, laranja, bergamota, frutas vermelhas, maçã e azeite de oliva, podem ser capazes de causar alterações no comportamento do fluxo no ducto arterioso fetal e levarem à constrição ductal fetal.
A constrição ductal fetal é o estreitamento do ducto arterial durante a vida fetal, isto é, antes do nascimento do feto. Essa condição costuma ocorrer devido ao uso de medicamentos anti-inflamatórios não esteroides.
A International Federation of Gynecology and Obstetrics (FIGO) já publicou recomendações oficiais para nutrição na gestação: “No terceiro trimestre da gestação, as gestantes devem evitar o consumo de alimentos com altas concentrações de polifenóis, pelo seu efeito sobre o fluxo no ducto arterioso”
Além disso, demonstrou-se que, em fetos com constrição ductal, a intervenção dietética em gestantes do 3° trimestre, dirigida à restrição da ingestão de alimentos ricos em polifenóis por um período maior ou igual a duas semanas, melhora a dinâmica do fluxo no ducto arterioso fetal e diminui a sobrecarga, além de diminuir o risco de hipertensão pulmonar.
Polifenóis no terceiro trimestre da gestação
A diretriz Brasileira de Cardiologia Fetal de 2019 estabeleceu um consumo materno moderado de alimentos ricos em polifenóis, no terceiro trimestre da gestação, limitando o consumo dos alimentos com grandes concentrações de polifenóis, como cravo-da-índia, anis estrelado, cacau em pó, orégano seco, chocolate amargo, farinha de linhaça, castanha, mirtilo, alcachofra, morango, amora preta e ameixa. Já para os casos de tratamento da constrição ductal fetal, recomenda-se a restrição de alimentos ricos em polifenóis na dieta materna, com o propósito de manter um cardápio balanceado, com as necessidades de micronutrientes adequadas para esta fase gestacional, porém com concentração reduzida de polifenóis totais.
Nesse sentido, estabelecer quantidades seguras destes alimentos torna-se um desafio. Já que cada gestante e seu bebê têm respostas diferentes a cada um dos polifenóis. Por isso, evite aqueles alimentos em que suas concentrações são sabidamente mais elevadas. Esses podem ser substituídos por outros com menores concentrações de polifenóis.
Substituições para alimentos ricos em polifenóis na gestação
- Limão
- Abacaxi
- Pêssego
- Mamão
- Melancia
- Figo
- Caqui
- Alface
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