O lipedema é caracterizado pelo acúmulo bilateral e desproporcional de tecido adiposo subcutâneo predominantemente na parte inferior do corpo, principalmente coxas e pernas. Em geral, o lipedema não é causado pela gravidez, e não é comum que a condição apareça pela primeira vez durante a gestação. No entanto, a gravidez pode agravar os sintomas do lipedema em mulheres que já têm a condição devido às mudanças hormonais, ao ganho de peso e ao aumento da pressão nas veias e sistema linfático, como mencionado anteriormente.
Se o diagnóstico de lipedema for prévio à gestação, ele pode agravar-se devido a várias razões. Durante a gravidez, as mudanças hormonais desempenham um papel significativo nas mudanças no corpo de uma mulher. Os hormônios como o estrogênio e a progesterona aumentam durante a gravidez, e essas alterações hormonais podem afetar a distribuição de gordura no corpo, tornando o acúmulo de gordura no lipedema mais proeminente.
Além disso, o ganho de peso é normal da gravidez, uma vez que o corpo da mulher está armazenando reservas de gordura para sustentar o crescimento do feto e fornecer energia durante o parto e a amamentação. Esse aumento de peso pode agravar os sintomas do lipedema, pois a gordura acumulada nas áreas afetadas pode se expandir ainda mais.
O útero em crescimento exerce pressão sobre as veias e o sistema linfático nas áreas pélvicas e das pernas, o que pode prejudicar ainda mais a circulação sanguínea e linfática nas áreas afetadas pelo lipedema, contribuindo para o inchaço e desconforto.
A retenção de líquidos é comum durante a gravidez devido às mudanças hormonais e ao aumento da pressão sobre o sistema circulatório. Isso pode agravar o inchaço e a sensação de peso nas pernas, o que é especialmente problemático para quem já tem lipedema.
É importante que as mulheres com lipedema que estão planejando engravidar ou já estão grávidas conversem com seus médicos e obstetras para desenvolver um plano de cuidados adequado. O acompanhamento médico regular durante a gravidez pode ajudar a monitorar os sintomas do lipedema e fornecer orientações específicas para gerenciá-los da melhor maneira possível.
O tratamento do lipedema visa aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida, uma vez que não há cura definitiva para essa condição. O tratamento pode envolver várias abordagens, e o plano de cuidados é geralmente adaptado às necessidades individuais do paciente.
Assim, durante a gestação, medidas de autocuidado devem ser adquiridas em conjunto com o acompanhamento de um profissional especializado. O autocuidado inclui cuidados com a pele (para evitar a ruptura sob os lóbulos de gordura e para prevenir infecções quando há linfedema), roupas de compressão, bombas de compressão pneumáticas, automassagem, plano de alimentação saudável, plano de exercícios em casa, sono adequado e apoio psicossocial incluindo redes sociais.
Uma alimentação anti-inflamatória durante a gestação pode trazer vários benefícios, como a redução do risco de complicações gestacionais, melhoria na saúde cardiovascular, controle do ganho de peso, melhoria na imunidade e um desenvolvimento saudável do bebê. Para seguir essa dieta, inclua alimentos ricos em antioxidantes, fibras e ácidos graxos ômega-3, como frutas, vegetais, peixes, nozes e azeite de oliva extra virgem, evitando alimentos processados e ricos em açúcar e gorduras saturadas.
Além disso, é fundamental pensar em boas fontes de proteínas, de preferência carnes magras, como frango e peixe. Ter uma dieta baseada em alimentos naturais, como grãos integrais, frutas, legumes, verduras, leguminosas, sementes e, sempre que possível, procurar mais diversidade e variedade para rotina alimentar. Consultar um profissional de saúde ou nutricionista é fundamental para orientação personalizada.